quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Devendo.

Continuo devendo postagens, eu sei... Quando volatr pra Bonn, atualizo! O Natal é em Berlin, por um acaso dos acasos! E, pra adiantar, tá pau-a-pau com Sum Paulo no meu cuore (ou quase!)

Nhami, nhami!

Nhami, nhami, nhami... O blog quase culinário volta a ativa trazendo sabores alemães - ou não - para sua gula!

Passei por alguns lugares esses dias e me deparei com comidinhas turcas que nao havia provado e delícias dos mercados de natal além-Bonn (ou não!), por partes:

Langos (pronuncia-se langosh, segundo o que eu colei da Vejinha): é uma comida húngara. Experimentei no mercado de natal de Bonn e oh, tá aprovada! A tranqueira é uma espécie de pão/pizzinha frita e quente recoberta por uma camada de creme de cebola (se você apreciar) e uma, duas ou três iguarias que vão do tradicional queijo a óbvia - pelo menos por essas bandas - páprica. No original, parece que o langos (não é redondo, é quase oval, meio irregular) traz "um indecifrável molho de salsicha, alho, tomate, cebola, páprica, pimentão e um monte de outros temperos e ervas".

Knobrot: esse é o pão (Brot) de alho (Knoblauch) dos branquelos alemães. O dito em nada se parece com o nosso quase homônimo - posso dizer isso? - pão-de-alho-para-churrasco-brasileiro... É redondo e também frito, vem recoberto com manteiga ou outras variações mais rebuscadas. O que eu comi, em Colônia, trazia creme-de-leite (num diga!) e queijo em uma das metades e páprica (num diga!), tomate e azeitonas verdes na outra. Pra comer e chorar!

Pfaffer...(alguma coisa): não me lembro do nome todo, juro(!), mas anotei e logo arrumo... Também provei no Weihnachtsmarkt (mercado de natal), em Colônia - que, diga-se de passagem é maior, mais variado e mais caro que o de Bonn - e me fez chorar de alegria. Hehe, falando sério: Eu ficava olhando pro alemão carrancudo ao meu lado e rindo, mostrando o "tar" pãozinho pra ele: "Tá bão né, Tio!?" Sim, mais uma massa, o Pfaffer...(tralalá) é uma massinha de ervas coberta por queijo, bacon ou champignons e creme-de-leite. Dá água na boca e esquenta o estômago. Vale cada centavo dos quatro euros que eu paguei chorando pra velhinha com cara de mamãe-noel!

Lahmacun: crepes de carne com pimentão ou pizza turca. É uma mini-pizza fina e enrolada. No caso, a que eu comi não trazia carne, só uma base de pimentão. Aqui, nos dönners, eles servem com ou sem salada. Eu, claro, pedi com. Vem molho de iogurte com alho, cebolas cruas, repolho roxo, alface ou acelga, pepino e tomate e é uma bomba enorme e saudável!

Börek: também comi no kebap (também conhecidos como kebab ou dönners) e é basicamente uma massa folhada com recheio. O meu, pra variar, era de queijo de cabra. Bem qualquer nota, devo dizer.

PS: Lahmacun e börek foram as duas primeiras coisas que eu comi ao botar o pé em Berlin! Como já disse uma vez: Se está na Alemanha, faça como os alemães, coma comida turca!


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

23.

Hoje é dia 23, anti-véspera de Natal e eu estou de folga. Viajo para a Irlanda amanhã, mas ainda não comprei passagem. Sim, sou atrapalhada e estou devendo alguns posts: Janelas, maldição de sexta-feira - a derradeira, mais comidas, basílica de Bonn e passeio em Colônia.

Logo, talvez nem tão assim, eu escrevo.

Feliz Natal pra todo mundo! Um puuuta 2009!

sábado, 20 de dezembro de 2008

A derradeira.

A maldicão de sexta-feira mais uma vez atou os pés dessa gente bonniana. Ela, muito faceira, nos levou para um outro inferninho, acreditava eu, mais adulto que os dois últimos. Esperança desfeita ao som de Kate Perry que, felizmente, teve como contraponto de Foo Fighters a Killers e músicas do tempo do onça.

O lugar, desta vez, chamava-se "Carpe Noctem", safaduxo sem deixar de ser clichê. No menu, o de sempre: Gente dançando enquanto nossa turminha tomava cerveja e falava, falava, falava. E entre uma conversa e outra surgia uma música insessante: "Olha a festa macaaaaco... Torcida é coração.. Quem não canta é amargo... Nunca vai sair campeão... Inter cagão, inter cagão". Essa noite, porém, algo inusitado aconteceu...

Era despedida de um dos membros da turminha, nem todos estavam presentes, mas de toda a forma a noite foi boa. Entre uma cerveja e outra, um brinde e fundos de garrafa batidos contra o gargalos de outras tantas. Jorra a espuma, espirra a cerveja. Coloca-se a mão sobre o bico ou mete-se a dita cuja na boca, entornando tanta cerveja quanto conseguir.

Numa dessas brincadeiras, um dedo surge entre tantos outros e mete-se em uma garrafa alheia. Ela, a dona do dedo, quando tentou fazer o caminho inverso, gritou: Ai!

Suspense.

Eu, ao mesmo tempo, via o caco de parte do gargalo cair: Plic. Era um triângulo que deixava o anel superior do bico da garrafa preso na carne macia da mão.

Tentativa frustrada de quebrar o vidro, paramos no hospital. A cara de cada médico ou enfermeiro - ao conter o riso - denunciava: Isso nunca aconteceu. Depois de algumas tentativas, cinco pontos e um dedo enfaixado, fomos todos à Colônia e dissemos: Auf wiedersehen...

Natal.

Quando você junta a despedida da senhorinha mais simpática e amorosa que a Deutsche Welle teve em seus quadros de funcionários pelos últimos 38 anos e a confraternização de final de ano da Casa de África da DW isso dá: Rumba!

Hehehe... Quarta-feira teve festa no trabalho, no horário de, inclusive. Toda gente dançou e tomou vinho. Toda gente se emocionou porque a Frau Yalçuk vai deixar seu escritório e curtir a vida de uma outra forma, mais Ruhe (calma - como ela mesma disse).

Festa boa, rendeu uma tentativa de rumba e passos de música grega. Isso, porque era uma festa "em África"! O melhor da festa, claro, fica nas entrelinhas!

:)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Agrafadores e obamas


Sim, sim... posts esquisofrênicos são minha especialidade de hoje!

Há pouco entra o Márcio aqui na sala perguntando: Onde está o Obama, quem é que está com o Obama?
Eu, cara de "ahn?".
Ele continua... Nosso dicionário de inglês.... O dito, capa negra.
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Meio minuto atrás, o Daniel - de Moçambique mora há anos na Alemanha - procura um agrafador. Agrafa o quê?...
Ele explica: Chama-se agrafador porque coloca agrafos nos papéis.
Aaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhnnnnnnnnnnnn...

Grapeador pra nós.

Olhos negros.

Meus solhos não são lá muito escuros. É um castanho meio-termo como do do Seo Sinésio. Meu pai, claro, não usa delineador ou lápis para os olhos e portanto o fenômeno "esverdeamento" é natural e creio, depende muito do humor.

Há muito que não pretejava os olhos. Sexta, talvez motivada (influenciada indiretamente, diria melhor) pela confusão de nacionalidades que toda gente me impõe - e que exclui a brasileira e inclui a turca - passei lápis. Daquela forma, por dentro das palpebras (não achei melhor forma de dizer isso). Num primeiro momento tive o ímpeto de tirar toda aquela palhaçada da cara que desde os tempos paulistanos só vem recebendo um quê de "bem nascida", como diz a Geo...

Meio da tarde, por mais que retocasse, a coisa tomou vida própria e logo estava com uma sombra vultosa e negra sobre e sob os olhos. Acostumei e já a noite, dados os devidos retoques, fiquei a vontade. Alguns elogios e sustos depois, descobri que sombras nos olhos refletem parte do que você espera do dia. Mais ou menos festa. Eu a queria toda!

(Post esquisofrênico, eu sei)

Novos.

Aqui, longe de casa, fiz e continuo a fazer novos colegas e amigos. É interessante como o fator "distância" e uma certa "solidão" dão peso às relações quando se está em um outro país. A gente passa a sentir algumas coisas de maneira bem diferente. Eu sei que daqui algumas pessoas vão ficar, como ficaram londrinenses, baruenses, "paulistanos" (com e sem aspas) e toda gente de outras paragens.

Mas esse texto é pra falar não só de novos, mas de velhos e queridos. Alguns desses exemplares jurássicos nessa vidinha ficam cada vez e cada vez mais presentes e fortes e amados. Se você leu e se identificou, pode estar nessa lista.

Amo vocês.

Uma carta.

Wait, oh yes wait a minute mister postman
Wait, wait mister postman
Mister postman look and see
If there's a letter in your bag for me
I been waiting such a long time
Since I heard from that girl of mine
There must be some word today
From my girlfriend so far away
Please mister postman look and see
If there's a letter, a letter for me
I been standing here waiting mister postman
So patiently
For just a card or just a letter
Saying she's returning home to me

So many days you passed me by
See the tear standing in my eye
You didn't stop to make me feel better
By leaving me a card or a letter
Please Mr. Postman, look and see
If there's a letter, oh yeh for me,
I've been waiting, a long long time
Since I've heard from that girlfriend of mine.
You gotta wait a minute, wait a minute
You gotta wait a minute, wait a minute
You gotta wait a minute, wait a minute
You gotta check it and see, one more time for me
Wait
Wait
Wait
Deliver the letter, the sooner the better
Wait

The Beatles.

Jorge.


Eu sonhei que se chamava Jorge. Mas Jorge, meu deus, é de são, é filho de. O guri não era.
Quem chama-se Simon nessa vida, oh!?
(Não, ele não tem a ver com o dragão... Muito pelo contrário.)

...

"Jorge sentou praça na cavalaria

E eu estou feliz porque

Eu também sou da sua companhia

Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge

Para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem

Para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem

Para que meus inimigos tenham olhos e nao me vejam

E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal

Armas de fogo meu corpo não alcançarão

Espadas, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar

Cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar

Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge

Jorge é de Capadócia, viva Jorge!

Jorge é de Capadócia, salve Jorge!

Perseverança, ganhou do sórdido fingimento

E disso tudo nasceu o amor

Perseverança, ganhou do sórdido fingimento

E disso tudo nasceu o amor"

A maldição.


A maldição de sexta-feira nos agarrou pelos pés, mais uma vez.
Eu, não posso queixar-me. Ressaca zero no sábado.

Eu e Julieta fomos ainda cedo pro Mercado de Natal. Lá nos afogamos em goulash no pão com molho de natas. Seis euros, caro, mas muito, muito saboroso. Depois ela, champignons ao molho de ervas com pão e eu, batatas abertas com creme de ervas.

Pés quase congelados, partimos em busca de um bar quentinho. O novo eleito, Podcast. Decoração bacaninha com bancos que pareciam pás de sorvete, preço naquelas. Tomamos algumas cervejas e vimos a mesa aumentar e aumentar a nossa volta. Amigos!

Carla, uma angolana criada em Portugal, disse categórica: Vamos abanar o rabo! E lá fomos, dançar e dançar! O nome do inferninho ou, melhor, raucherclub era N8schicht . Era uma espécie de porão cerca da Stadthaus (prefeitura) e de um outro bar bacaninha, o BLA. Adolescentes e jovens, calor, paredes vermelhas e pretas. Becks geladas.

A música no começo muito ruim foi melhorando e melhorando... Vá lá, tocou até Oasis e Elvis... não devia então ser só efeito das cervejinhas... Resultado, mais uma vez fechamos o bar.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Gente alemã...

Gente alemã é sisuda? Nem sempre. Sim, eles andam com uma cara séria armada no metrô e são corteses em várias situações, em outras - como num esbarrão - nem sequer um "desculpe, sim". Mas, dizer que alemães não têm senso de humor ou não são espirituosos também é um exagero ou simples clichê.

Quando riem o fazem de uma maneira quase tímida, um riso meio preso, meio mudo, escondido por trás da boca cerrada e de uma mão sobre ela (baseei-me em uma pessoa em especial, tenho que dizer). Mas esse post é pra contar um caso e não para falar de generalidades.

Quarta de manhã, na lavanderia - que me rende váaaaarias histórias - uma discussão com um exemplar genuíno da terra das salsichas que concertava uma das máquinas de lavar do Klaus. Ele veio rindo - sem mão na boca ou boca fechada - e dizendo que "meus filhos não vão ter língua mãe, vão ter língua paterna!". A pendenga foi tentar explicar o porque do adjetivo "mãe" "madre" para a tal "muttersprache". Eu e meu alemão - a língua - capengas e ele e seu riso frouxo. Conclusão a que chegamos: Cada louco com a sua mania!

Final da conversa, perguntou meu nome. Daiana, respondi. E ele: "Ohhhhh! Daiana (faça uma pose de amazona preparando-se para atirar com arco e flecha) como na mitologia! Ela é uma grande divindade... Mas eu prefiro Baco!" Eu, dessa vez, é que fui rindo pra casa.

Como se não bastasse a dose de loucura, duas quadras a frente da lavanderia, duas gurias cantam a plenos pulmões "Hakuna Matata" trepadas (hehehe, mentes poluídas!) na mureta de uma fonte! Bonito, viu... dia cinzento, pessoas insanas. Eu gosto! (Pior foi meu pensamento por um segundo: Ah, essa febre ´Madagascar´. Dois instantes depois: Carai! Isso é ´Rei Leão´!)

Família.

"Família janta junto todo dia, nunca perde essa mania"... e eu digo: Ainda bem! Família unida é a coisa mais legal desse mundão de meu deus! Alguns amigos que tenho têm famílias - e amor familiar - invejáveis. O Honesko, por exemplo, acho a coisa mais bonita quando ele fala dos pais, dos irmãos... Quando faz igual ao seo Miro à mesa e fala de raízes. A família da Geo e suas reuniões de final de ano, toda gente, toda comida, toda folia...

Essa semana, aliás ontem, conheci mais uma família de quem virei fã, a do meu chefe. O António é caboverdiano e paizão. Eu e a Julieta fomos à casa dele buscar uma bicicleta que ele doou - deu. Conclusão: Tomamos vinho bom, comemos coisinhas gostosas, ouvimos música boa, mas o melhor foi sentir o clima de felicidade da casa meio brasileira, meio caboverdiana.

A Lígia, mulher do António é uma simpatia só e as filhas do casal, gêmeas e pequerruchas são lindas, lindas, lindas! Descobrimos, eu e Julia, qual das duas vai ser a boêmia. Uma noite daqui oh!

(Não gosto muito de citar nomes por uma razão simples: Aqui eu me exponho e não necessariamente outras pessoas querem que isso aconteça, mas dessa vez - e em algumas outras - é inevitável... :))

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Gulodice, Rulez!

Esse blog vai mudar de nome. Algo como "Bonn sabor" poderia mesmo ser útil, já que mais da metade dos posts fala sobre gulas, comidas, sabores e experiências gastronômicas.

Ontem, tive mais uma. Dolorida, devo dizer. "Manhã, tão bonita manhã" cinzenta eu saio à rua munida de roupas sujas, sabão em pó e amaciante. Vou à lavanderia mais simpática de Bonn (a do Klaus, já referida neste blog), encho duas máquinas e saio em busca de uma polaina preta (Geo, não sofra!).

A busca dá em nada, a mais barata que encontrei custava 8,89 euros! Um roubo! Me contento então com uma KRAKAUER no mercado de natal. A lingüiçona mais fina, rosada e tostadinha que as bratwursts é e-nor-me! Mordi uma das partes que fica pra fora do pãozinho branco que a envolve e: AAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai! Puta queimada na boca! A "tar" krakauer é originária da Polônia, região de Cracóvia, a que eu degustava vem com o inovador aditivo: creme de queijo. O "molho" branquelo é fumegante e injetado nas lingüiças, o que faz com que você perca a sensibilidade da boca toda!...

Tirando as queimaduras, gostei da tranqueira. Inclusive fiz um tiozinho interromper seu caminho e comentar: "Hummm, também gosto de krakauer, aliás devo comer uma agora mesmo!". (Sim eu inventei! Fiquei tão contrangida em ver o velhinho falando comigo sobre a lingüiçona que ruborizei e não ouvi absolutamente uma palavra!)
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Susto do dia: Krombacher. Não que a cerveja seja ruim. Não posso sequer dizer isso... porque, tentei, mas não consegui provar. Ontem indo pra casa numa vibe TPM-emputecida-com-o-mundo tive o coração degelado por um quarteto de jazz e desejei firmemente uma breja.

Parei em um kebab e corri os olhos pela geladeira: Beck´s, Früh, Bitburger, Heineken, Guinness eeeee Krombacher! Olhinhos brilhantes e o desejo de prová-la quase saciado, agarrei a garrafa enquanto as duas funcionárias decidiam o preço. 2 euros e uma tampinha depois, detenho o gole para apreciar o rótulo.

Tcharaaaaaaaaaaaaaaam: Alkoholfrei! (Acho que todo mundo captou!)... Ainda insisti, dei um gole antes que a garrafa fosse cheia para a lixeira... Frustrante!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Carros!

Um post sobre carros. Na terra da BMW e da Volkswagen quem me chama a atenção não tem o design mais arrojado do último modelo nem faz de zero a cem em menos de seis segundos. Um é um Citroën que deve contar uns 50 e tantos anos sobre seus pára-lamas.

Ele fica, vez por outra, parado em frente a Deutsche Welle no que penso ser um atelier. O tal carrinho, próximo a um fusqueta, deve também ser de artista. É multicor numa vibe Flower Power fosca (fosca mesmo, não tosca) e bancos cobertos por mantas de pelúcia. O puto parece que sente quando eu quero trazer a câmera e desisto ou esqueço e aparece aqui na porta!

O outro exemplar foi a paixonite e a gargalhada dessa manhã. Não sei a marca, modelo ou ano, mas posso pesquisar. Sei que é preto, antigasso e tem uma aura "Dom Corleone". Mas todo o glamour do tal não se compara a inventividade do dono.

Centro da cidade, parado próximo à ferrovia está o possante (hehehehe), dentro um manequim (mulherzinha, óbvio!) maquilada e vestida para festa, com um dos pés sobre o enconsto do banco do motorista, um braço dado a um trombone e na mão livre uma taça de champagne!

Luxo, babe! Luxo!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Eu tava...

Eu juro que tava emagrecendo, mas já não tenho tanta certeza. Como Geo disse: Esse blog se acaba na comilança - é claro que esse blog soy yo!
Acabei de provar mais uma tranqueira infeliz de tão boa: é um bombonzinho toffee da Nestlè e chama-se ROLO - Oooops, quase escrevi besteira! - É de chocolate com recheio tipo toffee de leite. Triste, bom pra TPM, engordativo e não dá pra comer um só!




Ora, pipocas!

Meu desejo profundo (quantos desejos!) no sábado à noite era pipoca salgada e fumegante! Pensei mesmo em ir até um cinema só para consegui-la. Esqueço, porém, que estou em Bonn, onde não há estabelecimentos 24h além dos bares e inferninhos. Me contentei - e fui feliz, acreditem - com a mistura: leite, sucrilhos e nesquik chocolate . :)
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Estranho né, lembrava de "Os infiltrados" quase completamente. Detalhes de cenas, inclusive, mas havia apagado todo o final da memória!
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Sábado à tarde é uma hora imprópria para as compras. Parece que toda a cidade resolve gastar seu rico dinheirinho e todas as lojas possíveis ficam entupidas de gente. Eu, All Star em frangalhos, precisava de um tênis.

Fui à Spot Arena (Rá! Que nomezinho serelepe!) munida do desconto do Thiago pela "T Mobile" (empresa de telefonia móvel daqui). Ele, toda paciência do mundo pra repetir a pergunta pros vendedores: "Tem outra cor?" Porque eu misturei inglês e alemão na minha tentativa frustrada! Hehehehe...

Saí com dois pares pelo preço de um! Felicidade incomparável para alguém que está de TPM!!
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Felicidade ainda maior se você unir compras a chocolate! Depois de gastar ainda ganhei um crepe. O recheio: Nutella com nozes, praticamente o paraíso quente e doce.
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Dar adeus da janela do trem tem sempre uma aura "como há muito tempo" para a brasileira aqui. Me sinto indo à São Paulo via FEPASA e desembarcando na Estação da Luz com o vô Ivo!

Cheiros.

Hoje, pela manhã um solzinho tímido e uma umidade diferente, menos gélida me fizeram sentir o cheiro (!) das manhãs de frio em Torrinha. Foi estranho e bom. A cidade estava com uma aura diferente por poucos minutos - ou seria eu!?

Fotos.

Há cerca de duas semanas não encostava a mão na câmera fotográfica. Não que não haja o que se fotografar, aliás, minhas anotações sobre fotografias não foram executadas ainda. A escadaria da Bahnhof (estação central) , o Reno à noite ou os retratos do pessoal da DW continuam por ser feitos.

Depois de dormir das 17h às 21h, banho tomado, resolvo ir à rua e caçar imagens, mesmo que soubesse o mercado de natal fechado àquela hora e as poucas pessoas à rua. Rendeu-me a saída umas quatro ou cinco cenas, não mais. Prefeitura, Bertha von Sutner (Acho que é assim que se escreve - parada de trem da Beethoven Haus), uma ou duas ruas decoradas com luzes.

Caminhando já de volta pra casa, ouço: Daaaaaaaaaaaaaaaai! Eram Nádia e Carla a segurar canecas de coração com um resto de Glühwine. Conversamos, tomamos cerveja (QUENTE como de costume) e eu fui feliz pra casa, apesar do frio.
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Ah! A melhor da noite: Sei que não sou uma brasileira que as pessoas esperam ver. A idéia que se tem é que somos todas mulatas boazudas. A questão é que desta vez a imaginação das pessoas passou dos limites. Já me perguntaram se eu sou alemã (hein!?), inglesa, italiana (chegaram perto!), francesa, portuguesa... Mas dessa vez um TURCO perguntou se eu era TUR-CA!! Carai!
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Sobre como tudo é uma questão de ponto de vista:
Trem = Comboio
Ônibus = Auto-carro

Brasileiros acham a segunda forma estranha, portugueses e moçambicanos acham "engraçadinha" a primeira alternativa.

Cinemateca.

Festival de cinema em Colônia. Curtas. O nome: 11º Festival de Curtas-metragens de Colônia ou, simplesmente, Short Cuts Cologne nº11. A capa do catálogo: Girafas caindo de pára-quedas!

Filmes de várias vertentes que iam do conceitual abstrato ao erótico. Alemães, belgas, coreanos... e portugueses. Sim! Os tugas tiveram uma sessão dedicada especialmente à Terrinha. Foram seis curtas, aqui também, os temas eram diversos.

O que mais mexeu comigo foi uma animação, na verdade a noite valeu por ela. O nome:"Cães, Marinheiros". 7 minutos em 35mm de um traço incrível! Os animadores: André Ferrão, André Marques e Joana Toste. O argumento é do escritor Herberto Helder. Para ler o texto:
http://silencio.weblog.com.pt/arquivo/021857.html
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Impressões:

Eu seria feliz em Colônia. A cidade é viva, pulsa... É da maneira que gosto, com gente, festas, acidentes (não que eu goste deles) e tudo o que vem junto com a vida.

Mostra de Cinema parece ser igual em todo lugar seja no Brasil ou na Alemanha. Espaço alternativo (mesmo que não seja), alguma poeira na sala (que me fez tossir e ir para o banheiro quase colocando os pulmões boca afora durante uns 5 minutos), público intelectualóide.

Café-da-manhã

Meu desejo mais profundo é uma padoca paulistana. Uma média e um pão francês com queijo branco quente.

Hoje pela manhã tentei satisfazer essa vontade. Acabei tomando café com sahne (creme de leite) e comi um pão próximo ao nosso "de sal" com queijo e frikadelle. Quem diabos come "frikadelle", almôndegas, polpetones pela manhã?!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Gula.

A felicidade natureba (hehehe, dessa vez é saudável!!):
- É a combinação entre framboesa (ela mesma), johannisbeeren (amora selvagem - bem azeda) e cereja pela manhã pode deixa feliz qualquer cristão (ou agnóstico, no caso).

Mais amarelo, menos doce:
- Assim é o suco de laranja (no caso, industrializado) por essas bandas.

Um nó saboroso:
- Pretzel, como conhecemos nos Brasil, ou brezel como vejo na Alemanha são basicamente a mesma coisa. Aquela massinha doce ou salgada, leve e em formato nó! Não sei se há diferenças entre eles, na verdade - se houver e algum de vocês souber, diga! - mas o que interessa é a variação que comi feito louca hoje pela manhã no Mercado de Natal ao som de um naip de metais.
Era o tal nó, grande e salgadinho, mas que tinha o seu espaço central (o vão mesmo e não o interior da massa) preenchido com queijo! Quente, gorduroso e fantástico!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Dezembro.

Por que tem que chegar dezembro?

Tipos.

Não me canso de olhar as pessoas e a maneira como se comportam, vestem, falam.

Hoje, meio-dia. Eu em uma das paradas do metrô, enquanto ele ainda funciona como metrô de superfície, olho pra uma senhorinha de seus 60 e muitos - na melhor da hipóteses. Me chamou a atenção porque era loura platinada, maquiada para a noite, cabelos curtos e adornados por uma faixa de pluminhas azuis. O sobretudo era vermelho-vivo e deixava ver as botas country marrons. Pra completar uma bolsa preta trazia estampas de caveira em dourado. Maravia. Foi toda faceira Altstadt (cidade velha) adentro.

Logo depois um senhor, esse com mais de 70 certamente, vinha com seu andador de rodinhas e duas cestas. Estava todo de preto e tinha uma carinha bem simpática. Na tal cesta, um buquê de rosas amarelas. Tentou acionar o botão que libera as portas do metrô/trem (aqui é possível re-abrir as portas dos trens ou ônibus logo depois que são fechadas), mas não havia tempo. Detrás de seus óculos diminutos de lentes amarelas mandou sem mais demora: - Scheiße!!!! (Tiozinho boca suja!) E saiu a caminhar até o final da plataforma onde sentou-se sobre o andador e ficou a praguejar.

Eu, entrei no trem.

Expressões!

Alemães: - Scheiße! (Merda! Qualquer pessoa, qualquer faixa etária e classe social, em qualquer situação diz.)
Portugueses: - Dâaah-ssse... (ou Fuuoo-da-se... diz-se como em um degrau. O nosso foda-se, com mais ênfase.)
Portugueses: É giro! (É bonito, benhê!)
Moçambicanos: Houve lá. (Diz-se: Ovilá. Como Houve lá uma situação...)
Portugueses: Pá. (Para tudo, acompanhando qualquer expressão ou intercalando frases. Especialmente em situações de estresse.)
Alemães: Ach sooooooo... (Pra tudo! Pra dizer que entendeu, pra dizer que se conforma, pra dizer ok...)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O som do humor.

Ah-ooo, ah-ooo, ah-ooo
I'm in a sad mood tonight, oh
I'm in a sad mood
I'm in a sad mood tonight
Oh my baby done gone away & left me
My baby done gone, yeah
My baby done gone away & left me
My baby done gone

I don't know why she left me
I don't know where she's gone
But all I know is I'll never be happy
Until my baby comes back home, yeah because...

I'm in a sad mood tonight
Oh my baby done gone away & left me
My baby done gone

Oh I don't know why she left me
But there's one thing I know
I know that if my baby tells me she'll come back home
I'll never never do it no more, yeah because...

I'm in a sad mood tonight, oh I'm in a sad mood
I'm in a sad mood tonight
Oh my baby done gone away & left me
My baby done gone, yeah
My baby done gone away & left me
My baby done gone

I'm in a sad mood tonight
Oh I'm in a sad mood tonight
She got me in a sad mood tonight...

& fade...

(Sad Mood - Sam Cooke) - Andam dizendo que meu humor é assim.
;)

Pra felicidade durar...


Pra felicidade durar, há de se cultivar coisas felizes. Hehe.

A minha plantaçãozinha inclui saciar desejos latentes, como o de consumir uma daquelas bengalas de natal. Pois então, sábado, eis que eu e Julieta entramos em uma lojinha de doces. E eu me derreti por um desses pirulitos tão raros (ou seria a expressão correta: deslocados, em nosso calor tropical brasuca?!).

Saímos da loja e eu feliz da vida fui abrir a embalagem que envolvia a bengala. Quebrei o pirulito, alegria de pobre dura pouco mesmo!

(PS: Quem quiser um... eu levo!... as daqui são brancas, vermelhas e verdes.)
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Não vou lembrar o nome do dito, mas aqui, na época do natal é comum das pessoas procurarem por um calendário em que a cada dia, você abre uma portinha e encontra uma surpresa. Quase sempre, delícias de chocolate.

Uma graça!

Jostein Gaarder - o escritor de "O mundo de Sofia" - tem uma obra com o mote baseado em um calendário desses, no caso, mágico. Chama-se "O mistério de Natal".

Humphf!

Tô doente!

Romeu e Julieta.

Acreditem!

Romeu e Julieta não morreram, sua relação não rendeu um final trágico e sim um casório e uma filhota.

Romeu, moçambicano de Maputo era colega de redação. Querido, sorriso largo e cheio de expressões - oh, pá! - deixou os domínios da Deutsche Welle na sexta e, por isso, fomos festar. Uma despedida com direito a olhos brilhantes e algumas lágrimas contidas com discrição.

A primeira parada: O QG da redação em português em Bonn, o Mexicano! (Seria um saudosismo tropical?). Alguns burritos, tapas, kölsh(es), plisener(s) e caipirinhas (!!!!!) depois... todo mundo pronto pra balada.

No "Der (die??) Goldene Engel", uma horda de quase recém-jovens posadolescentícios, um fumaceiro danado e - pra variar - cerveja quente. E, mesmo assim, a gente se divertiu. E dançamos, viu! Eu especialmente com o refrão (rsrsrs): "We are your friends/ You´ll never be alone again! Come on!" (Justice vs. Simian).

http://br.youtube.com/watch?v=6zo1-XlazvY


Só um "adendo" ... Na disco, logo depois de uma escadaria cruel, um anjo dourado com os pezinhos a mostra espera que você faça um pedido e esfregue a mão nele! Um máximo!

Mercado de natal engordativo!

Mercado de natal em Bonn é igual a mais quilos na balança. Jesus! Como se come nessa terra de meu Deus! E depois que o Thiago abriu meus olhos - talvez antes um pouco embaçados pelo excesso de óleo - comecei a reparar na quantidade de frituras e toda sorte de alimentos carregados de azeite, óleo, gordura mesmo que se consome aqui.

Sábado, frio da porra, eu e a Julia fomos ao mercado. Não felizes em passea entre as barraquinhas ela pediu uma porção de cogumelos com cebolas de molho de natas (ou creme de leite, como quiserem) e eu me atirei às panquecas de batata (FRITAS) com cebola e demais condimentos acompanhadas por geléia de amora. Hummmm!
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Antes do Mercado:

A idéia era patinar. Atrasada duas horas ao encontro me restou, assim como aos meus companheiros, meter-me entre batatas-fritas regadas à maionese e ketchup, cogumelos com creme de leite e chocolate quente.

Eu fiquei com medo de calçar os patins, passar por cima e decepar os dedos de alguma criancinha. Também, na pista completamente abarrotada, ia ser muito, mais muito mais constrangedor não parar por mais que dez segundo em pé, sobre as lâminas, o que dirá, patinar.

Resultado: Passei frio e vontade. Vou ter que voltar para a pistinha! O tal frio, aliás, rendeu uma bela dor de garganta. Quero sopa da Dona Sonia!

Mais comidinhas!

Se você estiver na Alemanha, não sinta vontade de tomar um milkshake. A menos que alguém recomende muuuito. Esta semana, minha segunda decepção.

A primeira com o yakisoba. Seco, esturricado e com OVOS! Ninguém precisa... Também queria eu o quê de um lugar especializado em comidas mexicana, oriental, italiana e wraps, entre outras opções. Antes de abrir a quentinha, eu sentia o gosto do macarrãozinho chinês servido pelo Bacana´s em Bauru. Verdade, o yakisoba deles é simplesmente fantástico!

A segunda, óbvio, com o tar milkshake. Já não sou lá muito fã do McDonald´s e essa foi a gota d´água. Sem gosto e sem aquele canudo especial que o Bob´s oferece e faz com que a sucção do Ovomaltine seja perfeita! Aliás, a minha vontade seria saciada com um desses. Mas não me importava se a oferta fosse de um Nutella no Fiftie´s.

Ai, ai!