quinta-feira, 27 de novembro de 2008

De como as coisas são.

Saber-se mais você dói. Saber-se mais autêntico, dói.

Nessas de muletas sociais e convenções do dia-a-dia a gente vai escondendo a personalidade. Engana-se as reais vontades, as palavras que deveriam ser ditas. Por vezes isso é bom, evita conflitos, mas na maioria - creio atualmente - só faz retrair aquilo que chamaríamos "sentimento verdadeiro".

Às vezes é preciso gritar, outras vezes falar baixo... Mas falar baixo pode ser tão difícil quanto se fazer ouvir aos berros.


Músicas do dia:

Fidelity - Regina Spektor

I never loved nobody fully
Always one foot on the ground
And by protecting my heart truly
I got lost in the sounds
I hear in my mind
All these voices
I hear in my mind all these words
I hear in my mind all this music
And it breaks my heart
And it breaks my heart
And it breaks my heart
It breaks my heart
And suppose
I never ever met you
Suppose we never fell in love
Suppose I never ever let you kiss me so sweet and so soft
Suppose I never ever saw you
Suppose we never ever called
Suppose I kept on singing love songs just to break my own fall
Just to break my fall
Just to break my fall
Just to break my fallBreak my fall
Break my fall
(e por ai vai...)

Acontece - Cartola

Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Novos vícios...

... como imaginar a vida sem eles?

- Jever.
- Pellegrino.
- Falafel Sandwich.

Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee....

- Fisherman´s Friend.

Explicando - a pedidos!

Jever: cerveja pilsener de garrafinha verde, mais forte que as kölsh, típicas dos arredores de Colônia.
Pellegrino: água com gás italiana suuuuuper tradicional.
Falafel sandwich: pão sírio, repolho cru, tomate e pepino, falafels (aqueles bolinhos vegetarianos), iogurte e molho de pimenta. (Pode ou não vir com queijo)
Fisherman´s Friend: Pastilhinhas extrafortes de menta, laranja, cereja, hortelã... com uma embalagem old school - a mesma que foi usada nesse rino acima.

:^)

Sinuca de bico.


Sobre sinucar:
- Nunca acredite em engenheiros que dizem não saber jogar sinuca.
- Nunca acredite em profissionais das exatas que dizem não saber jogar sinuca.
- Nunca aposte, você vai perder.

Se você for sinucar na Alemanha, prepare-se:
- As mesas quase não têm quedas - e isso é ótimo - mas em compensação têm bocas de caçapa maiores que as de ¨mesa de bar¨ no Brasil.
- Não se empolgue achando que vai fazer um programa boêmio: Sinuca, cerveja e cigarro. Não vi cinzeiros pela sala e a cerveja é SEM álcool.
- Anime-se: As mesas são bem conservadas, têm bolas e tacos bons, giz da melhor qualidade, triângulo para ajeitar as bolinhas e puxa-saco.
- A iluminação também é boa, três bicos de luz sobre o pano, porém, esteja ciente que a JUKEBOX - apesar de antiga e linda - pode conter pérolas que você NÃO deseja ouvir ou o dono do lugar pode ser fanático por rádio. Ou seja, horas de falatório em deutsch!
- Enquanto você e seus amigos brasileiros tagarelam sobre as tacadas, os jogadores da mesa ao lado não abrem a boca. Jogam três partidas e somem do bar.
- Luz boa pra foto, decoração impecável.
- Ein Stunde = 5 euros. Ou seja, uma hora = 15 reais.

PS: Leve tudo isso em consideração se você estiver em um CASINO.
O balanço:
- Terça-feira divertida. Sem sinuca de bico.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Friaca da porra.

Desculpe a boca suja. Posso mesmo passar sabão na dita cuja, se quiserem. Mas essa é a melhor expressão para o frio desses dias. Zero, um, menos dois graus como média real. Baixe esses números para conseguir a sensação térmica em torno de menos sete graus. Mãos doloridas, pés bem gelados, a menos que venham acompanhados de meias felpudas ou uma sucessão colorida delas.

Neve, chuva fina e tempo nublado fazem parte da paisagem... E sim, eu gosto.

Balancê.

Final de semana.

5 filmes.
2 inferninhos.
2 bares.
2 restaurantes.
1 mercado de natal folclórico.
1 jogo de futebol.
Neve.
Bolas de neve.
Sapatos molhados.
Frio.
Frio.
Frio.

E um sorriso doce.

domingo, 23 de novembro de 2008

Inverno.

Reno.
Frio.
Neve.


Tudo branco neste domingo: Carros, árvores, ruas, casas.
Frio, nem tudo estava.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A felicidade é redonda!

É redonda, custa 0,55 euro e tem 46% de choco cream.
Bolacha maria com recheio de nutella (ou quase). Um sofrimento!

A primeira neve, a gente nunca esquece!

Tá nevando.
Tá nevando, tá nevando, tá nevando!!!
Tá nevaaaaaaaaanddddooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!

Reunião de pauta e a Carla vira: Olha, tá nevando.
Eu dei um pulo da cadeira e saí correndo....
Iuuuuuuuuuuuuuuuupi!

(Washington Olivetto pode me colocar em sua coletânia ¨O primeiro a gente nunca esquece¨)

Short Cuts

Se Pablo Neruda concebeu uma ode a cebola (Ode a la Cebolla):

Cebolla,
luminosa redoma,
pétalo a pétalo
se formó tu hermosura,
escamas de crystal te acrecentaron
y en el secreto de la tierra oscura
se redondeó tu vientre de rocío. (...)

Vou eu escrever uma ¨Ode a Colher¨. Isso porque sou uma pessoa mão de vaca, sovina e que não está nem um pouco afim de gastar seu rico dinheirinho com utilidades domésticas por mínimas que sejam.
Explico: No Studentenwerk, onde moro, você precisa comprar pratos, copos, talheres, panelas... se quiser cozinhar e consumir sua comidinha. Me recuso! Como fora, coisas que não necessitem talheres e afins ou uso os dedos. Mas devo admitir que só se percebe a utilidade e a FALTA que uma coisa boba como uma colher faz, quando você quer e não há!

Comer com a mão é ¨O ÚLTIMO GRITO, BENHʨ.

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¨Enquanto os patos vão pro sul¨ eu acaminho ao longo da orla do Reno. Eles em formação ¨V¨ e eu a sentir os pés frios.

Meu primeiro contato com os emplumaditos foi no MEIO do rio. Pulei o gradil e me meti águas adentro através de um braço de terra. Ali, repousavam os patinhos de cabeça verde que até então se reservavam aos desenhos da Disney. (Pra ver como somos doutrinados culturalmente pelos países ¨frios¨... pois, é deixei meu lado comuna falar)

Pato pra mim, caipira, é branco e ¨faz amizade¨ com marrecos na fazenda... rsrsrs...

Essa semana, mais uma vez indo para a DW através do caminho que segue o rio, um barulho me fez olhar pra cima: Patos selvagens indo pro sul fugindo da friaca que se anunciou essa semana. Ôoo bicharada bunita, sô!
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Vivo praticamente como no século XIX, a coisa mais tecnológica no meu quarto esses dias é um despertador. O reloginho, feioso diga-se de passagem, custou a bagatela de 1 euro, porém seu tictac insessante me põe maluca, às vezes. Santo o que meteu um despertador no celular! E, juro, esse é o motivo mais forte para que eu deseje ter um por essas bandas.

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E por falar em tecnologias, há mais de um mês - simmmmm! já faz mais de um mês que estou aqui! - que não abro uma geladeira. De bar, aquelas com refrigerantes, não conta, beleza?!
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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Comidinhas!


Comidinhas, comidinhas, há assunto mais delícia?
Eu, praticamente não me aventurei mais através da culinária típica alemã. Parei nos wurst e nas batatas, mas descobri que esse povo, no dia-a-dia sabe preparar - e muito bem - iguarias vegetarianas.
Explico. Ando a almoçar na cantina da DW que, segundo meu chefe, é uma das melhores da Alemanha. Todos os dias eles oferecem opções vegans e eu adotei. Steaks de broto de feijão e grãos, purês, queijos e toda sorte de leguminosas, raízes e sementinhas decorados com capricho. É bom!
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Só para constar: Num duelo entre chocolate e queijo, eu fico com o queijo. O mesmo se for sorvete e queijo, pipoca e queijo e pizza e queijo (só não vale ser pizza 4 queijos!).
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E falando em queijos...

Paraíso da rataria, deve ser por isso que precisaram do flautista de Hammelin por aqui... Os queijos são baratos e numa variedade incrível. Goudas, emmentais, suíços, com e sem tempero, fatiados ou em pastas e peças. Tem pra todos os gostos e bolsos.

Como a minha burrinha não é lá muito polpuda, faço as contas e vejo qual o custo benefício da compra. Mas é interessante que, no Brasil, uma bandejinha de mozzarela fatiada custa em média 3 reais (cerca de 150gr). Aqui, pelo equivalente você pode levar para a sua cozinha e o melhor, suas receitas, seu pão e sua bocaaaa, queijos bem mais sofisticados. Uia!
PS: Eu queria muito queijo minas frito, neste instante! Prontofalei!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Novas expressões.

Uma só língua, mas dicam cá... Quantas expressões que nos distanciam. Se no Brasil, as regiões já se diferenciam por um tchê, um trem bão ou um ooooxii, imaginem você juntar: portugueses, brasileiros, moçambicanos, angolanos, cabo verdianos a um alemão que fala melhor português do que muito ¨filho da língua¨.

¨Scheiße¨ - no nosso dialeto lê-se chiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiça -
¨Desculpe, sim¨, a mistura fica ¨maningue nice¨, ¨makwzu¨. ¨Fixe¨ mesmo. ¨Oh, pá¨! Duvidas de mim? ¨Ni de coños¨ que eu mentiria pra ti...
¨Foooooooogo¨! Tu não crês? Mas essas pessoas são deveras ¨a fuder¨.
¨Poooooooorrrrrrrraa¨, estás agora a crer? Que bom! ¨Que massa, caaara!¨
Mas isso não seria ¨sem nexo¨?... ¨Merde!¨

(Merda! - no nosso português boca-suja lê-se merda -
Desculpe, mas a mistura fica muito legal, irmão. Muito legal, mesmo. Ah! Duvida de mim? Nem fodendo que eu mentiria para você...
É fogo, viu?! Você não acredita? Mas essas pessoas são deveras legais, queridas, um máximo.
Porra, está acreditando agora? Que bom! Que ótimo, cara!
Mas isso não seria um pouco sem nexo?... Merda!)

Nem todas as expressões são em português, mas são largamente utilizadas pelos falantes de língua portuguesa aqui homenageados. Nem sempre elas são politicamente corretas... Mas como disse o alemão hoje: Somos jornalistas!

Uma sexta maningue nice pra todos! (A minha favorita!)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Infeeeeeerno!


Em Sampa, um dos bares da Augusta e, portanto, da moda é o club Inferno. Mas inferninhos de todo tipo pipocam pela mais controvertida - e divertida - rua da metrópole. Ali, no Santa Augusta, já teve lugar uma das festas mais divertidas que pude aproveitar nos meus meses paulistanos: I used to be famous.

Essa semana, recebi o convite da última edição, mas infelizmente, mesmo que o convite tenha vindo com a sugestão: ¨Pegue um avião pra cá!¨ Não posso ir. :(
Talvez motivada por essa vontade/nostalgia da turminha e da festa, lembrei horrores da IUTBF ontem. É que após um show de boleros com bossa e uma entrevista fui para um pub onde rolava mais uma despedida, essa a derradeira, para a dona da festa de sexta. O bar, legítimo Irish, chama-se James Joyce, tem decoração interessante, é quente e cheio de recortes, tem dardos e sinuca e um atendimento péssimo. O resumo, as pessoas e o clima da noite amenizaram a demora da guria que nos atendia e eu gostei do lugar.

Não contentes - e aí chega a parte do inferno e da IUTBF - parte dos sobreviventes sairam do pub e rumaram para o puteiro! Sim queridos! Fomos eu, Julia e Thiago - os ¨sem fim da balada¨ - para um inferninho que, nos tempos em quem Bonn foi capital da Alemanha, era uma casa de tolerância. Hoje, inferninho digno de receber a IUTBF (ops, só não sei se caberia todo mundo) é um bar estiloso, muderno e enfumaçadíssimo. O nome, melhor impossível, é Blow Up, tem cerveja gelada, música mais do que boa (roooooooooooooooooooooooooooooock!) e gente bonita. Não custa pra entrar e é pertim de casa! Virei fã!

PS: Pessoas! Curtam a festa por mim!
:* Saudades!

A maldição da sexta-feira.


Aqui em Bonn há uma maldição: Toda sexta-feira pessoas felizes se transformam em pessoas ultra-felizes. Certo que isso não é ruim, porém há um efeito colateral, o sábado pasmaceira e cama. Uma parte dos moradores dessa cidade diz sofrer desse mal, que pode atingir homens e mulheres jovens em sua maioria, com algum dinheiro no bolso, uma cervejinha na mão e música animada.

Sexta passada rolou a despedida de uma das gurias. Foi para o Brasil, mas antes ofereceu horas de muita felicidade e - posteriormente uma feijuca - aos companheiros brasucas ou não em Bonn. A festa, na casa de uma portuguesa teve decoração ¨work in progress¨, serpentinas, muitas, muitas velas. O som comandado por quase todos os presentes consistiu de pérolas como ¨Evidências¨, ¨Tenho¨, ¨Eclipse Oculto¨, rock muderno e old school, e exemplares dos Palop mesclado a samba, tango e forró. Vou dizer, dançamos!

Mais que isso, nos divertimos. Pessoas com rostos diferentes, mundos, vidas, culturas diferentes que consumiram toda sorte de comidinhas, bebidas e a cerveja que achávamos muita, uma a uma deixou a geladeira e parou nos aparadores da sala. Becks, Jever,kölsh(es), Warsteiner, todas vazias. E entre uma e outra, uma remexida, um causo, uma foto ou piada, estouro de balões, muay thays, cantorias. Uma das melhores noites desses tempos!

E o melhor... a maldição da sexta, não teve efeito colateral!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Who loves the sun?


Solzinho puto! Apareceu todo faceiro hoje pela manhã, mas ontem, dia de carnaval em Colônia, o dito resolveu esconder-se.

Vou dizer o Karneval de Köln é uma experiência a parte. Segundo maior da Europa - só perde para Veneza - a folia é em fevereiro, como no Brasil, mas aqui, o grito de carnaval acontece bem antes em novembro. Mais exatamente em onze de novembro às onze e onze da manhã. 11 do 11 às 11 e 11, não por acaso.

Na internet você encontra duas explicações possíveis... a primeira e mais plausível tem a ver com São Martinho, a segunda, mais divertida, indica a repetição de números como uma referência ao que eles chamam de ¨número de cachaceiro¨. Tem seu por quê: Oito, nove da manhã, eu e Julia na Hauptbahnhof para tomar o trem que nos levaria ao festerê, e uma caralhada de pessoas fantasiadas empunhando cervejas, vodkas e toda sorte de vinhos e outras opções etílicas.

Engraçado, que sempre tão corretos os alemães são, que quando há uma atitude ¨errada¨ nós estrangeiros ficamos um pouco chocados. Depois de desafogado o trem digno de um pré-rush em Sampa, o que restava pelo chão eram muitas garrafas vazias... Enfim, saímos do trem e fomos atrás de alguns adereços para não parecermos as únicas fantasiadas de gente séria da festa! Hehehe...

As pessoas aqui, se fantasiam de verdade. São roupas bem elaboradas na maior parte das vezes. Algums chamam muito a atenção. Muitos Luigis e Mários, Amys e Coringas, mas os dois ¨pares de caras¨ que eu mais gostei foram dois barbados a la anos 70 vestindo agasalhos adidas e óculos escuros e outros dois ¨montados¨ a cavalo ou ema de pelúcia!

O povo perde a linha depois da contagem regressiva e da música que saúda Colônia. Entre inúmeras bandinhas folclóricas e barracas vendendo pretzel´s e wurst´s numa praça imensa eles bebem, paqueram, bebem e bebem. Tiram sarro da sua cara e gritam muito. É divertido. Além da praça um milhão de inferninhos abertos e cheirando a cigarro te esperam! Se você anda pra longe da muvuca central acaba encontrando festas paralelas em praças com jeitão medieval e ruelas estreiras. Em uma dessas ruas foi que encontramos um samba genuinamente espano-brasileiro e uma batucada com toda ginga brazuca. Num güentei o ziriguidum e dei uma sambadinha... hehe!

Infelizmente não fiquei até o fim, dia de branco. Reza a lenda que a festa só acaba quando o último cai. Isso, mais ou menos no começo da noite. Eles começam cedo, mas não vão até tão tarde...

Não dá pra dizer se gostei mais do carnaval de Colônia do que dos que conheço no Brasil ou vice-versa. A festa daqui é diferente. A música é mais folclórica e mais lenta, não tem muito aquilo de PULAR o carnaval como no Brasil... Mas nem por isso as pessoas se divertem menos. É bom porque as pessoas se entregam, curtem aquilo de verdade, tenha ela 17, 25 ou 60 anos.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Aqui...

Aqui, digo, na DW as paredes da HAUS 2 há cerca de duas semana trazem uma coleção de quadros. Engraçado é, que por vezes se passa tão rápido por eles que nem se percebe o traço. Vou dizer: Max Ernst e Wassili Kandinsky estavam entre eles.

Aqui, digo, em Köln, tem carnaval (karneval) amanhã. A coisa toda tem um ápice: 11h11 da manhã do dia 11 do 11. Uia! Com toda uma explicação histórica que vai de San Fermín à Revolução Francesa...

Amanhã, estarei lá!

Indignações


Não me conformo!

Não que elas sejam sem sabor, maaaas eu não consigo acostumar com o luminoso em frente aos Kebab e Döner aqui de Bonn: Spezialität Orientalisch Pizza! Tudo bem! Que árabes e turcos queiram fazer pizza eu entendo, mas que essa seja uma especialidade! Rá! Pra vocês verem como eu tenho cá minha razão, pergunte a cor da caixa em que as ditas vem: Funiculì Funicolà!

Detalhe... alguns lugares safaduxos vendem apenas pizzas em tamanho próximo ao nosso brotinho. Não posso porém, reclamar. As redondas não se comparam às paulistanas, mas matam cá minha fome!

PS: Esses dias, em busca de um susbstituto à pizza do grego (pelo menos é mais perto geograficamente da Itália!) entrei em um Kebab e lá, além da pizzinha, eu encontrei um moço comendo com muito gosto seu falafel... Na mesa dele, um exemplar de um guia de viagem ¨Alemanha¨. me identifiquei tanto!
PS: A foto eu tirei de um site de kebab!

Perdi!

Perdi shows que eu gostaria muito, muito de ter assistido em Sampa!

Kaiser Chiefs ... que a Geo achou ¨pop demais¨
Breeders... que eu gostaria de ter visto com o Galano!
Jesus and Mary Chain... Porque eles são fo-da! E a turminha que foi me dá saudades!
Block Party... Eu iria... sou festeira, ué!

Pra quem foi: Invejaaaaaaaaa! (Boa, mas inveja!)
Ainda pra quem foi: Tá aberta a temporada de rasgações de seda e ódios gerais.

Detalhes tão pequenos...

Detalhes. Pequeninos sim, mas não pouco peculiares. A diferença de você conhecer uma cidade européia em um tour beeeem turístico e olhá-la com retinas de morador é exatamente a percepção dos detalhes.

Vou falar mais uma vez do Reno, que me desperta paixões (de vários tipos).
Além de exemplares de uma arquitetura de tirar o fôlego, dos barcos de carga ou gente, a orla traz alguns detalhes que vocês só vê se repetir o caminho muitas vezes ou tiver um olho de lince.

Hoje, ¨pesquei¨ duas. Uma são as placas dispostas em diferentes distâncias no decorrer do passo. Em cada uma pode-se ler a temperatura média, a dimensão, o tempo que leva para completar uma volta e a distância do Sol. Sim, meus amigos! Um sistema solar. Parte do SONNE (Sol) - óbvio - que está representado próximo à DW e segue até Plutão, muito além da minha casinha...
Fiquei achando meio descabido, talvez porque, pra mim, a paixão pelos planetas e planetários tenha ficado na infância.

A segunda belezura, são meninotes de ferro (creio) sentados sobre uma amurada co binóculos nas mãos. São vááááááários... Muito fofos! Ficam um pouco escondidos entre a folhagem que antecedem a dita amurada e o casarão que ela guarda, mas acabam por pegar um observador mais apurado de surpresa num típico: Rá! Te peguei!

Ontem, na voltinha que dei pra ver se passava meu ¨desconforto¨ - é, PERDI uma feijuca! - dei de cara com uma Estrela de Davi. Junto dela, uma inscrição em deutsch e outra em iídiche. Pelo que compreendi, são as ruínas de uma sinagora destruída pelos Nazi aqui em Bonn. Não sei se ela originalmente próxima ao Reno, onde estão as ruínas. Vou pesquisar e conto! Ui. O negócio mexe com a gente...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Organizando a vida...

Como se organiza a vida?

Eu estou tentando organizar a minha, o que quero fazer, quais os próximos passos.
É difícil. Veio uma frase na minha cabeça, agora no final da tarde. Ela soou forte, muito forte, mas quis dizer muito. Aliás, quer:

Faz-me sentir necessária!

É disso que eu necessito.

Depois da filosofia de botequim, voltamos à rotina bonniana. ;)

Nunca tive problemas para dormir. Pegar no sono e ter uma noite tranquila, sem acordar sequer uma vez. Nem mesmo em épocas estressantes. Saudade daqueles dias.

Aqui, até segunda ordem, nada havia acontecido. Eu ia pra caminha, capotava e abria os olhos só pela manhã. Tudo muito natural. A verdade, é que em São Paulo ou onde quer que estivesse, a noite só era perturbadora se necessitasse água! Ressaca das brabas, sabe?!

Bom, não é o caso aqui. Há alguns dias, quatro ou cinco, simplesmente não tenho uma noite de sono decente. Acordo, durmo, durmo acordo. Tenho a incrível sensação de que não preguei os olhos durante toda a noite. Há sede, desconforto térmico - calor, mesmo com a janela entreaberta, calefação desligada e corpo meio descoberto - não me satisfaço com qualquer posição que seja no catre (a-do-ro essa palavra!).

Não bastasse, sonhos lisérgicos são uma constante. Sim, eu nunca tive lá sonhos muito certinhos, mas não me diga você que sonhar com híbridos de sapos e caracóis invadindo sua casa, gafanhotos gigantescos presos ao teto da casa de sua avó que plana sobre a sua seja lá muito normal.

Pior, eu tenho as sensações do sonho vivas. Aterrorizante.

O outro sueño, lisérgico da mesma forma, fez eu, Geo, Louis, Locão e uma série de outros amigos parte da turma do Scooby-Doo. Acho que wurst antes de dormir não faz lá muito bem!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Hitchcock


Preciso externar meu pavor.

Eu entro em pânico a cada novo corvo que avisto em meus passeios pela Altstadt (centro velho) ou pelo Reno. Piora se o bicho vem piando, gorgeando ou sejá lá o barulho que essa ave faz.

Creio, isso é herança hitchcockiana... Dos tempos que eu escolhia filmes para fazer análise de banda sonora...

Ai senhor! Salve-me desses emplumados!

Costumes

Aqui, se alguém esbarrar em você, esqueça o pedido de desculpas. Ele não vem. Também, ninguém se preocupa se você vai se retratar se o contrário acontecer. As mesas em restaurantes e afins são divididas com estranhos. Não é necessário conversar, mas é de bom tom dizer olá, perguntar se o lugar está vago e desejar bom apetite.

Outra diferença é: Você está prestes a atravessar a rua, vem vindo um, dois, dez carros, to-dos param e esperam que você atravesse. Isso é uma emoção pra quem saiu de Sampa sem escalas e não, de onde eu venho, lá da pequena torre, não há esse costume, as pessoas te atropelariam. O caso é que a maior parte dos caminhantes também respeita o sinal, quando há, e a faixa de pedestres mesmo que a rua esteja deserta.

Para a terra da batata com salsichão, você é responsável pelo seu lixo, mesmo que ele ainda não exista nessa forma. Então, a cada compra de uma coca-cola, chá, suco em garrafa descartável, prepare-se, serão adicionados 0,15 euros a sua conta. O mesmo vale pra inofensiva sacola de supermercado. E, sim, eu acho muito digno.

Segundo dois guris brasileiros que estão em Bonn há mais tempo que eu, quando se está num jogo de futebol - um acontecimento digno de apresentações e afins - o ¨locutor¨ entra em campo e: Blábláblá... blá bláaaaa blá... Danke schön! Logo vem um coro da torcida: Bitte schön! Tô pagando pra ver isso acontecer no Maraca!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Aquático.


Manhã de terça-feira, você levanta às 7h30 com um panorama cinzento e com toda pinta de ¨frio do cacete¨e faz o quê? Chorar não está entre as opções, sinto. Voltar pra caminha quente, também não.

Levante então sua bundinha dos lençóis e caminhe até o chuveiro. Saia de casa. ¨Opa, não estava frio como se previa¨, você pensa. Então, mais feliz, você segue com uma mala de roupas sujas nas costas. São umas 10 a 15 quadras, se você não se perder num centro com referências de ruas medievais. Antes, seja bonzinho e passe em um supermercado. É simples, não precisa pensar muito... Quer dizer, basta cheirar, o menos ruim você escolhe, pega, paga. São só sabão em pó e amaciante.

Putaqueopariu! Gente mal humorada pela manhã... Ok, ok. Caminhe. Depois da praça à esquerda. Puta merda, o washsalon, laundry, lavanderia, só abre às 9h30. Vá tomar um café, tem um belezinha na esquina. Hum! Você sonhou ontem à noite com esse pão francês (?) mais queijo! Pague. Olha!, foi o tempo preciso para que abrisse a lavanderia.

O lugar em nada se parece com a foto aqui postada. Não é assético, não é monocromático. Tem 7 máquinas de lavar, duas secadoras, uma porção de mesas estreitas, um balcão de bar - que é muito útil, já que ali é servido de café a cerveja - alguns sofás. Há quadros na parede, em sua maioria à venda, o estofamento é em veludo vermelho ou estampado com o tema ¨onça¨. Há ainda objetos bem humorados, como dois ursos vermelhos na vitrine.

Você então entra, pede ajuda para ligar a dita lavadora, ganha a simpatia do dono. Logo estará sua roupa cheirosa e quentinha, mas até lá, tente ler uma Vanity Fair em alemão, escreva num bloco, tome café, converse. Quase no fim do processo surpreenda-se: Ouça uma senhora entrar, sentar-se frente ao piano - desculpe, não disse, há um - e tocar uma música com precisão.
Lavar roupas nunca foi tão proveitoso, ao terminar, o dia lhe sorrirá com um sol radiante. :)

*Mais fotos roubadas, confesso. A lavanderia foi retirada na caruda do blog mamaloshen, que pai Google deu como opção a minha busca ¨laundry¨.

Sim, isso foi um remorso jornalístico. Voltamos a nossa programação normal.

Foias.



Vou dizer: Essas folhas existem por aqui. Eu sei, sim, sim, ingenuidade minha pensar que não. Mas, diabos!, essas ditas na minha infância eram exclusividade do Canadá.

Deviam ser como vitórias régias, saca?!

(Por favor, biólogos de plantão, não me envergonhem ao dizer que vitórias régias também podem ser encontradas... ou que essa espécie de árvores... Eu me recolho a minha ignorância! Foi só um desabafo!)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Contra a prolixidade.

Manisfesto contra a (minha) prolixidade.

Eu devia escrever assim...

São duas as coisas a que eu não consigo me adaptar:
- Tomar água da torneira
- Jogar papel no vaso

(Isso era o essencial, deveria ser também o ponto.)

E tenho dito, aprendi, desde criancinha:

- Menina, tira essa boca daí! Não pode tomar água da torneira!

Ou então...

-Onde já se viu?! Agora deu pra jogar o papel fora do lixo! Manda tudo água´baixo pela privada!

E as caras eram bastante indignadas!

Estai(o)s bonnianos.

O novo frisson paulistano, a menina dos olhos da garoagem é a ponte Octávio Frias de Oliveira e seus estais. É linda, linda, linda e dava pra ver do terraço da antiga casa da Geo, minha primeira morada paulistana.

A Estaiada está em todas de novela a editorial em revista de arquitetura e urbanismo e é um puta feito de engenharia. Em uma matéria da Veja, descobri que a estaiada paulistana é a única do mundo com duas pistas em curva sustentadas a partir de um mesmo mastro. Também pude saber que seu cume tem a mesma altura de um prédio de 46 andares e que um operário morreu durante a construção.

Resa a lenda, a estaiada vai ter sua iluminação alterada em cores com o passar das estações do ano, mas aí já não posso dizer com tanta certeza. A verdade é, que mesmo com tantos atrativos, eu me cansei dela.

Mas então, diabos, por que falas da tal ponte? Podem perguntar-me.

E eu digo. Bonn tem seus estais, também! A ponte, muito, mas muito mais humilde que a da capital paulista não tem curvas ou estais amarelos e sua iluminação é azulada. É muito mais curta que a paulistana e, isso eu arrisco, tem menos pistas. mas é bonita e tem um quê que a nossa brasuca não tem: O Reno.

Desculpe, Tietê. O Reno não está lá aquela limpeza, mas nada se compara ao esgoto do rio que corta Sampa. Aqui, também o curso d´água sai ganhando já que faz circular toda sorte de mercadorias e oferece aos turistas um passeio romântico por entre castelos medievais e modernos.

Toda a lenga-lenga, só pra dizer: Passei pela tal estaiada de Bonn - que liga a cidade a um de sesus bairros, Beuel, e a Autobahn que leva a Colônia - no dia em que cheguei. Achei longe. Ontem, caminhando pela margem do Reno, fui a pé até ela. Subi, pois há passagens para pedestres, e olhei o rio de cima. É perto e bonito. Vale dois ou três clics.

A todos: As batatas!

Minha gente... Tive enfim, minhas primeiras experiências com a culinária local. Mas também, entrei de sola. A primeira foi sexta. Atrasei-me para a reunião de pauta, inclusive.

Escolhi a dedo o lugar: um cantinho escondido na Hauptbahnhof (a estação central daqui) e pedi ¨Ich möchte ein bratwurst, bitte¨ e a coisa veio. Um pão meio triangular, daqueles em que os turcos montam os dönners recheado, exclusivamente com uma salsichona branquela - ou seria lingüiçona?! - e um pouco, beeem pouco, de mostarda.

O gosto. Preciso refletir... Eu que sou pouco amante de carnes achei tragável. Tem gosto de salsicha de frango, das melhores porém. Que me perdoem os alemães, mas prefiro as batatas que eles preparam.

Falando em batatas, final de domingo, eu com duas fatias de pão preto, uma maçã e alguns damascos secos no bucho, resolvo ir mais uma vez à praça do mercado. Havia passado por lá umas dez vezes durante o dia, um dia, diga-se de passagem, atípico na pacata Bonn. (O adendo: Uma multidão invadiu as ruas neste domingo para aproveitar a liquidação que as lojas promoveram e as ruas centrais estavam impraticáveis!... ) Bom, voltando as batatas e gulodices...

Caminhei até o centro por volta das 18h e fui escorraçada em um dos traillers que vendem comidas típicas. O tiozinho que juntava suas tralhas e estava bem mal-humorado disse seco a mim e a meu sorriso turístico: Fechou! E eu me encolhi e fui embora... A vontade era de mandá-lo a merda, mas achei bem pouco feliz fazer isso. Enfim, rabo entre as pernas fui a outro carrinho. Lá depois de esperar numa fila com cerca de 10 pessoas, pedi: Currywurst mit pommes (lingüiça com curry - sim, o indiano - e ketchup com batatas fritas) e uma cerveja, desta vez, pils: Pitburger. Boa, mas só boa.

O gosto. Desta vez, um milhão de vezes melhor. Basicamente é a mesma wurst da primeira vez, mas o ketchup e o curry fazem uma puta diferença. As batatas dão um contraponto bom. Enfim, felicidade quase completa.

A felicidade só foi mais felicidade quando eu, não contente em estar explodindo, passei em uma ¨batataria¨ - termo meu - para experimentar a mais internacional das iguarias preparadas com esse tubérculo: Batatas fritas! A ¨batataria¨ era holandesa e as ditas cortadas palito, porém, palitos goooooooordos que ficam com uma casquinha crocante e um interior tenro. Hum! Uma porção média só com sal sai por módicos 1,8 euro.

Eu e minha gulodice não contentes, esticamos o olhão para o cone - onde as ditas vêm - que a mocinha, dentro do estabelecimento, segurava. Era uma maravilha que custava 2,90, o tamanho médio, e vinha com três adicionais: Mayo (maionese), Ketchup (ele próprio) e Zwiebel (cebola) cortada em pedacinhos ínfimos e nas opções ¨frita e crocante¨ ou ¨crua¨. Escolhi a primeira e, mais uma vez, ganhei a simpatia do moçoilo que vendia a iguaria por falar uma mistura de alemão e inglês. Rá.

O gosto. A perfeição... Não sou muito de maionese e ketchup, minha preferida mesmo é a dupla mostarda mais pimenta, mas desta vez, foi idílico. A consistência da dona batata aliada a dupla obesa e os ¨quês¨ acebolados, hum! Foram uma explosão de sabor. A conclusão: sede e uma noite mal dormida, mas com muito prazer. Rá!

No próximo capítulo: Frikadele mit pommes.